A contabilidade do agronegócio é uma ciência de extrema importância para esse setor que está em crescente expansão. Diante do aumento dos monitoramentos fiscais realizados pela Receita Federal, torna-se cada vez mais necessário estar em legalidade com as obrigações.
Operações como a Declara Grãos, por exemplo, é um dos casos práticos onde há estímulo governamental para a autorregularização. Sabendo disso, dominar o assunto é essencial para contadores que desejam impactar positivamente os seus clientes produtores.
Para saber mais sobre o assunto, leia na íntegra:
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O que é a contabilidade do agronegócio?
A contabilidade do agronegócio é um ramo de atividade promissor para o contador se especializar. Isso porque o mercado rural está em ascensão e possui boas perspectivas de crescimento.
Segundo dados divulgados pela Agência Gov, de janeiro a novembro de 2024, as exportações do agro totalizaram 152,63 bilhões de dólares, representando 48,9% do total das saídas de produtos para o exterior no mesmo período. Além disso, conforme a Secretária do Estado de São Paulo, o superávit do agronegócio foi de R$874,77 bilhões em 2024.
Ou seja, a contabilidade rural é o ramo que atua focado na propriedade rural. Ou seja, é a área contábil dedicada para gerenciar os ativos do agronegócio, bem como o caixa, a terra e equipamentos, dos passivos, como empréstimos bancários, e do patrimônio líquido da empresa rural.
Diante disso, é a ciência que ajuda o produtor a encontrar um equilíbrio financeiro e patrimonial, além de dominar e contribuir com sua regularização fiscal e contábil.
Quais são as contribuições da contabilidade do agronegócio?
A contabilidade do agronegócio é ampla e contribui de diversas maneiras com o produtor, desde registros contábeis até o auxílio para a tomada de decisão.
Logo, envolvem:
- Apoio em tomadas de decisão no planejamento, nas vendas e nos investimentos;
- Gerar informações para a declaração do Imposto de Renda e para a entrega do Livro Caixa;
- Auxiliar em comparativos entre períodos e projeções de fluxos de caixa, além de análise de desempenho econômico;
- Orientar as operações agrícolas e pecuárias, servindo de base para seguros, arrendamentos e outros contratos;
- Entre outras funções mais específicas de cada cenário.
Atividades dentro da contabilidade do agronegócio
Como mencionado, a contabilidade rural é direcionada aos produtores e empresários rurais que realizam suas atividades no setor agrícola, zootécnico, agropecuário e agroindustrial.
1. Atividade agrícola
A atividade agrícola consiste na exploração do solo para produzir alimentos para o consumo humano, ou para a transformação da
matéria-prima em produto. No Brasil, os alimentos mais populares na agricultura são a soja, o milho, o arroz e o feijão.
2. Atividade zootécnica
A atividade zootécnica trata da criação de animais e do desenvolvimento de produtos de origem animal. Nessa categoria entram a suinocultura (criação de porcos), pecuária (criação de gado), avicultura (criação de aves), apicultura (criação de abelhas), ranicultura (criação de rãs), entre outros.
3. Atividade agropecuária
Assim como a atividade agrícola, a atividade agropecuária também consiste na exploração do solo. Contudo, também envolve a criação e
a venda de animais para consumo. Além da exploração do solo e da produção de carne, a agropecuária também abrange a produção de
derivados de origem animal como leite, mel, ovos, etc.
4. Atividade agroindustrial
A atividade agroindustrial é voltada para a transformação de matéria-prima em produto pronto. Nessa categoria entra a produção de produtos primários (feijão, café, arroz, milho, etc.), produtos agrícolas (soja transformado em óleo, extração de suco de laranja, etc.) e produtos zootécnicos (transformação de mel de abelha, laticínios e carnes).
Além dessas atividades, é importante ressaltar que a contabilidade do agronegócio atua também em outros segmentos como, por exemplo, cultivo de florestas e venda de rebanhos.
Custos, despesas, gastos e investimentos na atividade rural
Os termos custos, despesas e gastos costumam confundir bastante, e é comum as pessoas usarem essas terminologias no dia a dia para retratar um mesmo tipo de débito. No entanto, esses termos são distintos e, portanto, precisam ser bem específicos na contabilidade rural.
O gasto, por exemplo, está relacionado a todo desembolso que a empresa rural faz para obter um bem ou serviço. Nesse caso, o termo “gastos” pode ser usado tanto para definir os custos como as despesas ou os investimentos.
1. Investimentos
Os investimentos são todos os gastos que a empresa rural teve com bens ou serviços, a fim de melhorar a produção no longo prazo. Aqui entram:
- Aquisição de móveis e utensílios, benfeitorias resultantes de construção, aquisição de maquinário e implementos agrícolas, serviços técnicos especializados, aquisição de imóveis rurais, etc.
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2. Despesas
As despesas podem ser classificadas como todos os gastos que a empresa rural tem fora das atividades produtivas. Aqui entram:
- energia elétrica consumida no escritório ou residência do produtor, honorários do contador, combustível e alimentação da sua família, entre outros.
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3. Custos
Os custos são os gastos que estão ligados à produção rural. Para este, deve-se dividir em duas categorias:
- Custos diretos;
- Custos indiretos.
Ainda dentro das categorias, podem classificar também em:
- Custos fixos;
- Custos variáveis.
3.1 Custos diretos
Os custos diretos são aqueles que estão associados diretamente aos produtos. Por exemplo: insumos, mão de obra direta, depreciação (quando utilizada para produção de um só tipo de produto e etc).
3.2 Custos indiretos
Os custos indiretos não estão incorporados diretamente ao produto, mas interferem de alguma forma no custo de produção. Nesse
caso, geralmente necessitam de algum critério de rateio. São alguns exemplos: aluguel de pastos, impostos e taxas da propriedade rural, manutenção e conservação de equipamentos agrícolas, entre outros.
3.3 Custos fixos
Os custos fixos são aqueles que não sofrem variação mesmo com um grande volume de produtos produzidos. Por exemplo: aluguel,
imposto territorial rural, prêmios de seguros, etc.
3.4 Custos variáveis
Os custos variáveis, por outro lado, são aqueles que variam à medida que aumenta a produção. São alguns exemplos: insumos, gastos com hora extra, mão de obra temporária, entre outros.
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Planejamento da contabilidade do agronegócio
O planejamento contábil é uma prática que visa melhorar a gestão e a saúde financeira da empresa rural. Também serve para ajudar o produtor a ficar dentro da legalidade e otimizar a tomada de decisão.
Mas para que o planejamento contábil seja um sucesso e a empresa rural seja realmente beneficiada, existem alguns pontos que precisam ser levados em consideração antes mesmo do contador elaborar o plano. Analise:
Rateio de custos
O rateio é um método utilizado para dividir os custos de produção de forma proporcional. É importante porque ajuda a empresa rural a ter mais controle sobre os seus gastos, além de contribuir para uma tomada de decisão mais estratégica para reduzir os custos da atividade. Existem muitos métodos de rateio que podem ser aplicados, mas os principais são:
- Rateio por absorção: o rateio por absorção é o método mais usado, pois considera todos os custos (fixos e variáveis, diretos e indiretos) e serve para achar o custo total de produção.
- Rateio por atividade: o rateio por atividade é considerado um pouco mais complexo porque a empresa rural precisa identificar todos os custos envolvidos na produção de forma individual.
- Rateio por faturamento: já o rateio por faturamento é usado para mensurar a participação dos produtos no faturamento da empresa
rural. Esse é um método interessante para descobrir a atividade.
Estoque
Além de saber calcular todos os custos, outro ponto de atenção está atrelado ao estoque da empresa rural. Ter controle de estoque é muito importante para o produtor não deixar faltar nada para a produção, além de ser útil para evitar gastos desnecessários e prever o que precisa ser adquirido para realização das atividades.
Entre os métodos mais utilizados, destacamos:
- PEPS: esse método foca na saída de produtos em ordem cronológica. Ou seja, os primeiros itens que entraram no estoque são os primeiros a saírem. É um dos métodos mais usados porque ajuda muito na redução de desperdícios.
- UEPS: o UEPS segue uma linha oposta ao PEPS, e foca na saída dos produtos que entraram por último no estoque. Não é o melhor método quando se trata de produtos perecíveis, mas pode ser uma opção para os itens com maior vida útil.
Além de escolher o método para controle de estoque, é importante lembrar que a empresa rural precisa fazer o inventário dos produtos periodicamente para que o contador consiga manter as informações atualizadas no sistema.
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Fluxo de caixa
O fluxo de caixa consiste no movimento de entradas e saídas de dinheiro. E é, portanto, uma importante ferramenta de gestão para controlar as operações financeiras e garantir a saúde da propriedade rural.
- Entradas: financiamentos e empréstimos, juros sobre recebimentos de vendas a prazo, operação bancária, vendas a prazo, vendas à vista.
- Saídas: compras à vista, compras a prazo, impostos e taxas, despesas de venda, ordenados, salários, contribuições, entre outros.
O contador pode usar o relatório do fluxo de caixa para identificar, por exemplo, se o cliente é um bom ou mau pagador. Também, onde se concentram os maiores gastos e qual é o período do ano com mais movimentação financeira.
Essa análise pode ser útil para o profissional instruir o seu cliente a tomar as melhores decisões para manter o saldo do caixa sempre positivo.
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Como o Produtor pode alcançar o equilíbrio financeiro na atividade rural?
Tributação da atividade rural
A tributação da atividade rural também é um assunto importante na contabilidade do agronegócio. O contador precisa conhecer os principais regimes tributários para calcular os impostos corretamente, e ajudar o seu cliente a escolher a opção mais favorável para o seu negócio.
Produtor Rural Pessoa Física
No caso do produtor rural pessoa física, existe a obrigatoriedade de pagar os seguintes tributos:
- Funrural: Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural para que o mesmo possa se aposentar;
- IR (Imposto de Renda): tributo federal calculado sobre a renda do produtor ou da empresa rural;
- ITR (Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural): tributo de apuração anual que incide sobre a propriedade;
- Contribuição Sindical Rural: é semelhante à contribuição social, cobrada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA);
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): imposto estadual cobrado pela movimentação de mercado.
Produtor Rural Pessoa Jurídica
Já o produtor rural pessoa jurídica está sujeito a pagar as seguintes tributações:
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): tributo federal que incide sobre o lucro líquido;
- IRPJ (imposto de Renda de Pessoa Jurídica): imposto federal apurado com base no lucro da empresa;
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): imposto federal incidente sobre a receita bruta da empresa rural;
- PIS (Programa de Integração Social): contribuição social que visa custear benefícios para o trabalhador que realiza as atividades para a empresa rural.
Aproveite para ler mais sobre esse assunto na íntegra:
Tributação da atividade rural: entenda como funciona na prática
Tecnologias essenciais para a contabilidade do agronegócio
Quem trabalha com contabilidade sabe que manter todas as informações atualizadas no sistema é um desafio. Ainda mais se a equipe do escritório tiver que fazer tudo manual e o cliente rural não possuir o hábito de enviar os documentos com frequência.
Até alguns anos atrás não existiam muitas ferramentas para ajudar o contador, mas hoje em dia é possível encontrar uma variedade de tecnologias que, além de simplificar a rotina do escritório, melhoram muito o atendimento ao cliente e os processos contábeis.
Conheça algumas tecnologias:
Monitor de notas fiscais
O monitor fiscal é uma tecnologia que permite a busca de todas as notas emitidas contra o CPF ou CNPJ do produtor automaticamente.
É, portanto, uma das ferramentas mais essenciais para a contabilidade rural, pois ajuda o contador a otimizar o lançamento de documentos e a eliminar o risco de esquecer o lançamento de alguma nota.
Emissor de Nota de Produtor Eletrônica
O emissor de NF-e é um software onde o contador pode inserir os dados para gerar notas fiscais de forma automática. Essas notas podem ser de operações de compra, devolução, prestação de serviços, entre outros.
Ter essa tecnologia dentro da contabilidade rural é muito importante para agilizar a emissão de NF-e. Não só isso, para evitar que os documentos sejam emitidos e transmitidos de forma incorreta.
Conheça o emissor de nota de produtor mais simples e rápido:
Simulador de Imposto de Renda do Produtor Rural
O Simulador de Imposto de Renda é uma ferramenta que ajuda o contador a ter mais previsibilidade sobre o quanto seu cliente terá que pagar de imposto. Por meio da solução é possível acompanhar as informações financeiras da empresa rural, e em cima desses dados simular o valor da declaração.
Mesmo que exista um período para realizar a entrega do IR, o profissional contábil pode usar o simulador durante todo o ano para acompanhar o valor aproximado do imposto e, com isso, ajudar o seu cliente a tomar decisões mais acertadas no gerenciamento.
Sistema para gerar Livro Caixa do Produtor Rural
O Livro Caixa Atividade Rural e o LCDPR (Livro Caixa do Produtor Rural) são instrumentos contábeis que mantêm o registro de todas as despesas e receitas da atividade rural.
O LCDPR foi instituído pela Instrução Normativa RFB no 1.848, de 28 de novembro de 2018, e é uma obrigação fiscal para todos os produtores rurais com faturamento anual superior a R$ 4,8 milhões.
Por ser uma obrigatoriedade, é essencial que o contador mantenha todas as despesas e receitas da atividade rural atualizadas. E a melhor forma de fazer isso é por meio de um sistema que permite baixar as notas vinculadas à SEFAZ, e que faz a categorização e deixa tudo pronto para a conferência e escrituração dos Livros.
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Importância da tecnologia na contabilidade do agronegócio
A contabilidade do agronegócio é uma atividade desafiadora porque envolve uma série de fatores. O contador precisa entender sobre o nicho de atuação do seu cliente, além de se manter inteirado sobre as principais notícias de mercado e mudanças na legislação.
Por ser uma atividade complexa, o profissional precisa buscar formas de otimizar ao máximo a sua rotina. Do contrário, será impossível garantir mais tempo para atender o cliente com qualidade e ajudá-lo na gestão dos negócios.
A tecnologia é, portanto, uma excelente aliada nesse processo, pois pode reduzir a burocracia dentro dos escritórios e facilitar a comunicação com o produtor ou empresário rural. Não só isso, mitigar erros nos lançamentos contábeis e garantir informações mais precisas para uma
tomada de decisão.
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